A história do coadjuvante
Era uma vez...
Era uma vez pressupõe que será contada a história com final feliz. Adianto que a história do coadjuvante não possui um final feliz.
Porque? Interroga-me com olhos mareados a pobre moça sensível.
Ora, minha querida, a história não tem final nem feliz nem trágico, simplesmente não tem fim. O fim é para as grandes personagens, com sua grande saga, dolorosas perdas e lacerantes amores. O coadjuvante só as presenciou: ele esteve no casamento final, foi testemunha no duelo, aconselhou o amigo apaixonado, bebeu o vinho da festa em que se conheceram. No mais ele viveu uma vida às vezes feliz, outras triste. Amou, foi amado, foi traído, abandonado, amado por outra a quem não quis. Finalmente se casou com A coadjuvante. Teve dois filhos, que tiveram outros filhos. E uma filha, que morreu muito nova, a pobrezinha, não lhe deixando mais netos.
Ora, então houve um final: um dia ele morreu.
Sim, ele morreu. Morreu dormindo, em sua casa, de infarto do coração. (todo infarto não é do coração? Bem, de qualquer forma, infarto do coração é mais bonito dito assim, em toda sua extensão).
Porém isso não é fim de história, que vocês sabem muito bem.
Era uma vez...
Era uma vez pressupõe que será contada a história com final feliz. Adianto que a história do coadjuvante não possui um final feliz.
Porque? Interroga-me com olhos mareados a pobre moça sensível.
Ora, minha querida, a história não tem final nem feliz nem trágico, simplesmente não tem fim. O fim é para as grandes personagens, com sua grande saga, dolorosas perdas e lacerantes amores. O coadjuvante só as presenciou: ele esteve no casamento final, foi testemunha no duelo, aconselhou o amigo apaixonado, bebeu o vinho da festa em que se conheceram. No mais ele viveu uma vida às vezes feliz, outras triste. Amou, foi amado, foi traído, abandonado, amado por outra a quem não quis. Finalmente se casou com A coadjuvante. Teve dois filhos, que tiveram outros filhos. E uma filha, que morreu muito nova, a pobrezinha, não lhe deixando mais netos.
Ora, então houve um final: um dia ele morreu.
Sim, ele morreu. Morreu dormindo, em sua casa, de infarto do coração. (todo infarto não é do coração? Bem, de qualquer forma, infarto do coração é mais bonito dito assim, em toda sua extensão).
Porém isso não é fim de história, que vocês sabem muito bem.