do discutir e do argumentar
Uma das minhas grandes frustrações ao longo da vida acadêmica, e também em outros setores da vida, é que a maioria das pessoas que eu conheço não sabe discutir. É simples: se você lhes dá um argumento, elas não são capazes de elaborar uma resposta com um contra-argumento, no que normalmente descamba para a chacota, a agressão pessoal, ou ao desvio de assunto. E quase sempre se acaba com um: credo, mas você não gosta de nada, ou você não concorda com nada, ou você tá muito estressada. Jesus. É aviltante (ui, como ela fala bunito), como se você for capaz de elaborar rapidamente uma argumentação bastante simples que possa vir a atrapalhar o (frágil) raciocínio de seu interlocutor, o que se gera não é uma dúvida na cabeça do pobre, que percebe a fragilidade de seu argumento e que portanto vai em busca de fortalecê-lo, mas sim um ódio instantâneo de todos que estão a sua volta: como assim você se sente no direito de me agredir assim??? quem você pensa que é??? e pronto, você já se tornou uma persona non grata do pior tipo: aquela que tem o rei na barriga. E como são frágeis os argumentozinhos que temos que encarar, meu Deus! Como são bobinhos!
Outra coisa bastante grave, e que costuma embasar esse tipo de comportamento, é uma visão de apostila de colégio para qualquer, eu digo qualquer coisa escrita: tudo que se lê é um postulado. Não existem opiniões pessoais, erros históricos, visões políticas, lados opostos: se está escrito, é a lei. Portanto nenhum assunto precisa ser pesquisado, só se precisa ler o verbete correspondente na enciclopédia mais próxima e presto! Temos uma opinião. Normalmente maniqueísta: o que é de lá e mal, o que é de cá é bom. Se cheira a social é bom, se cheira a dinheiro é mau. Se lembra o campo é bom, se tem gosto de revolução industrial é mau. Se é uma pouco gente é bom, se é duro como uma máquina é mal. Para que argumentar, então? Discussão é no futebol, no butiquim, é sobre cerveja. No mais, é briga: ah, lá vem ela que não vê novela, tão metida a besta.
É um mundo duro. Duro demais para mim, mas isso é só prá variar.
Uma das minhas grandes frustrações ao longo da vida acadêmica, e também em outros setores da vida, é que a maioria das pessoas que eu conheço não sabe discutir. É simples: se você lhes dá um argumento, elas não são capazes de elaborar uma resposta com um contra-argumento, no que normalmente descamba para a chacota, a agressão pessoal, ou ao desvio de assunto. E quase sempre se acaba com um: credo, mas você não gosta de nada, ou você não concorda com nada, ou você tá muito estressada. Jesus. É aviltante (ui, como ela fala bunito), como se você for capaz de elaborar rapidamente uma argumentação bastante simples que possa vir a atrapalhar o (frágil) raciocínio de seu interlocutor, o que se gera não é uma dúvida na cabeça do pobre, que percebe a fragilidade de seu argumento e que portanto vai em busca de fortalecê-lo, mas sim um ódio instantâneo de todos que estão a sua volta: como assim você se sente no direito de me agredir assim??? quem você pensa que é??? e pronto, você já se tornou uma persona non grata do pior tipo: aquela que tem o rei na barriga. E como são frágeis os argumentozinhos que temos que encarar, meu Deus! Como são bobinhos!
Outra coisa bastante grave, e que costuma embasar esse tipo de comportamento, é uma visão de apostila de colégio para qualquer, eu digo qualquer coisa escrita: tudo que se lê é um postulado. Não existem opiniões pessoais, erros históricos, visões políticas, lados opostos: se está escrito, é a lei. Portanto nenhum assunto precisa ser pesquisado, só se precisa ler o verbete correspondente na enciclopédia mais próxima e presto! Temos uma opinião. Normalmente maniqueísta: o que é de lá e mal, o que é de cá é bom. Se cheira a social é bom, se cheira a dinheiro é mau. Se lembra o campo é bom, se tem gosto de revolução industrial é mau. Se é uma pouco gente é bom, se é duro como uma máquina é mal. Para que argumentar, então? Discussão é no futebol, no butiquim, é sobre cerveja. No mais, é briga: ah, lá vem ela que não vê novela, tão metida a besta.
É um mundo duro. Duro demais para mim, mas isso é só prá variar.